quarta-feira, 31 de agosto de 2011



Lembrou-se que era mês de agosto, e diziam que agosto dava azar. Mas setembro viria um dia, como porta de saída. E setembro por algum motivo era o mês de maio: um mês mais leve e mais transparente.
Não importa o quanto às vezes seja difiícil, o quanto às vezes eu me atrapalhe, o quanto às vezes eu seja a densa nuvem que esconde o meu próprio sol, quantas vezes seja preciso recomeçar: combinei comigo não desistir de mim.



E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim.

Caio Fernando Abreu em Limite Branco.

Quantas vidas você tem?

Já matei você mil vezes, e o seu amor ainda me vem. Então me diga, quantas vidas você tem?

Tenho coragem, tenho medo, sim.

E começou a redescobrir que coragem, na maioria das vezes, é apenas voltar para o próprio coração. É apenas calar a ausência devastadora e infértil dele. É apenas sair do lugar para um ponto um pouquinho mais espaçoso e espalhador de sementes. É apenas seguir. Com medo e tudo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nos outros eu sei onde se abriga o coracão, é no peito; em mim a anatomia ficou toda louca, eu sou todo coracão.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Porque a vida é da cor que a gente pinta!




 
Eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram. Desencaixotar emoções, recuperar sentidos
E nunca teve pretensões de amar e ser amada, embora sempre nutrisse a esperança de encontrar algo que fosse como o amor, mas sem os problemas do amor.

sábado, 13 de agosto de 2011

Ai, Nietzsche você sempre soube!

Mas sou atrevida por natureza e adepta da frase de Nietzsche:
Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia.
Ai, Nietzsche você sempre soube! É isso mesmo.
Eu odeio e assino embaixo.
E odeio com todas as forças, com todas as letras, em capslock, de trás para frente, em inglês ou latim.
Eu odeio. Sou uma ótima companhia para mim mesmo, adoro ficar sozinha, lendo, escrevendo ou fazendo o meu nada.

Prefiro me afundar em mim a ter que ouvir gente falando merda ou contando vantagem.
Hoje eu queria um abraço daqueles que te sufocam de tão apertado e te protege de tudo. Hoje eu só queria ouvir um "eu-te-procurei-pra-saber-se-você-tá-bem".

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tão tão distante.





Ele nunca avançava demais, pois ela impunha uma distância que para ele parecia insuportável. Ela não entrava no jogo dele, simplesmente porque não conseguia jogar. Estava acima de suas forças.
                                 Hoje eu não quero dor. 
                                 Hoje eu não quero flor.
                                 Não quero nada que rime com amor.



Você vai para a Liberdade?
- Não, eu vou para o Paraíso.
Ele sentou-se ao meu lado. E disse:
- Então eu irei com você

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quero outra vez um quarto todo branco e um par de asas. Mesmo de papelão.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante,
mas se você não conseguiu, se a vida não te deu
ou ele partiu, -sem o menor pudor, invente um.

sábado, 6 de agosto de 2011

Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz !

O meu amor tem um jeito manso que é só seu, e que me deixa louca quando me beija a boca,
a minha pele toda fica arrepiada.
E me beija com calma e fundo até minh'alma se sentir beijada.
O meu amor tem um jeito manso que é só seu, que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
com tantos segredos lindos e indecentes.
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo, e me crava os dentes.
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.

Até quando?


Esperando alguém que ocupe, distraia,
desacorrente, solte, substitua, 
torne nada demais.



Eu tenho vontade de jogar meu celular numa parede qualquer. 
E me libertar da vontade de ouvir a sua voz.