domingo, 28 de outubro de 2012

Mas chega. Hoje decidi que estou prestes a assumir meu coração vazio. Não decidi isso movida por uma grande coragem ou por um momento de iluminação. Nada grandioso aconteceu. Apenas sinto que dei um pequeno, quase imperceptível, passo para uma vida mais madura. Eu simplesmente não suporto mais pintar o céu de cor-de-rosa para achar que vale a pena sair da cama.Não posso mais emprestar mistério ao vazio, vida ao oco, esperança ao defunto, saliva ao seco. Não posso mais emprestar meus desejos para que pessoas se tornem desejáveis. E, finalmente, não posso mais inventar amor só para poder falar dele.


domingo, 14 de outubro de 2012

Enfim, hoje na solidão ainda custo
a entender como o amor foi tão injusto
pra quem só lhe foi dedicação. Pois é!

Ele me fez acreditar que tudo passa. Que nenhuma dor é para sempre. Que nenhuma alegria dura 365 dias. Que a gente vive numa gangorra. E que o ditado “um dia é da caça, o outro do caçador” é a coisa mais verdadeira que existe. Ele me deixou enciumada. É que todo mundo sabe quem ele é. Todo mundo já sentiu os efeitos que ele traz. Todo mundo já provou o seu sabor. E já se jogou em seus braços. Ele, o tempo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens,ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e a adversidade...



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Que seja doce ...

Outubro bateu na minha porta. Sussurrou baixinho que esse mês será de boas coisas.
Prometeu fazer de tudo para que lágrimas não brotem dos meus olhos.
Que virão dias de sol e noites de luar.
Disse que dias chuvosos estão longe de chegar.
Mas me fez prometer que irei agradecer cada nascer do dia com um sorriso, que não me esquecerei de olhar para o céu e assim me perder entre as estrelas.
Que cultive sempre as amizades, que deixe as pessoas com palavras bonitas no coração. Nunca sabemos o dia de amanhã. Pediu para caminhar no parque mais vezes, deixar um pouco o salto alto de lado e sentir a grama entre os meus dedos.
Apreciar cada pôr-do-sol.
E se o improvável acontecer e chover pediu para que me vista de criança, tome banho na chuva. Sem medo de o celular estragar, da roupa molhar, de um resfriado pegar.
Depois de ouvir cada recomendação atenta, respirei fundo e lhe pedi uma única coisa:
Enfim, que seja doce...



Você me pergunta “sairei do buraco?”. Sairá, sim. Sairá brilhantemente. As coisas agora vão começar a acontecer, é meio tipo ímã, uma coisinha vai magnetizando outra e outra e outra, você vai ver.