Aí o telefone tocou. Deixei tocar. Nunca atendia ao
telefone na parte da manhã. Tocou cinco vezes e parou. Eu estava sozinho
comigo mesmo. E, por mais repugnante que fosse, era melhor que estar
com alguém, qualquer um, todos lá fora fazendo seus pequenos truques e
piruetas. Puxei as cobertas até o pescoço e esperei. Decidi ficar na
cama até o meio-dia. Talvez então a metade do mundo estivesse morta e
ele seria menos difícil de enfrentar.
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